sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
deixa o verão pra mais tarde
'Ela era branca branca branca
Dessa brancura que não se usa mais
Mas tinha a alma furta-cor'
Mário Quintana
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
across the universe
[sinto a falta dele como se me faltasse um dente da frente - excruciante.
que medo alegre o de te esperar.]
clarice - a lispector
.
.
.
mas eu me controlo, manu.
prometo!
que medo alegre o de te esperar.]
clarice - a lispector
.
.
.
mas eu me controlo, manu.
prometo!
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
paz, eu quero paz.
[Um dia
A gente dá um beijo distraído
Aí olha nos olhos comovido
E vê que não há mais nada pra falar
E pensa
Que tudo se acabou sem compromisso
E o que restou do amor, apenas isso?
Um tempo que se esvai pro nunca mais
E agora
Que a vida ficou mesmo complicada
E já não há vontade de mais nada
Nem de dizer adeus, nem de ficar
No entanto, nem tudo se perdeu completamente
Eu sigo com você na minha mente
Me leve dentro do seu coração]
A gente dá um beijo distraído
Aí olha nos olhos comovido
E vê que não há mais nada pra falar
E pensa
Que tudo se acabou sem compromisso
E o que restou do amor, apenas isso?
Um tempo que se esvai pro nunca mais
E agora
Que a vida ficou mesmo complicada
E já não há vontade de mais nada
Nem de dizer adeus, nem de ficar
No entanto, nem tudo se perdeu completamente
Eu sigo com você na minha mente
Me leve dentro do seu coração]
terça-feira, 26 de agosto de 2008
do you need anybody?
domingo, 24 de agosto de 2008
bizarre love triangle
eu, você, nós dois já temos um passado, meu amor.
e você pode dizer que não quantas vezes quiser. mas temos, sim.
talvez um passado nós três. quatro. nós e três milhões.
uma garrafa pela metade, billie holliday, eu, você e todos nós.
talvez um passado sem futuro.
talvez um futuro de tragédias, dramas, bizarros triângulos ou quadriláteros.
provavelmente, eu deixaria...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
normal em curitiba
o frio, a fumacinha que sai da boca mesmo dos que não fumam, a chuva que não para,
uma capa, dessas bonitas que as garotas ousadas do cinema usam sensualmente sem nada por baixo quando querem surpreender seus amantes, galochas vermelhas, as poças da chuva.
as pessoas todas apressadas dentro dos seus casacos grandes, um mocinho que mora na rua e me pede, chamando pelo nome, uma coxinha do café do estudante toda noite.
um restaurante árabe preferido, um supermercado sempre aberto, amigos que moram por perto.
cachecol.
a liberdade maior que todas que já foram experimentadas.
a vida. a leveza, no final de todos os surtos.
as risadas.
curitiba, je t'aime.
assim sujinha, assim barulhenta, assim estranha, assim confusa, assim dando nós no meu coração.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
nota mental
segunda-feira, 28 de julho de 2008
a arte de ouvir os amigos
mila é uma baleia sueca que um dia invadiu minhas águas ensinando - me a arte do pole dancing, do sexo tântrico, do [?] em hora exata, das orgias de família e do espanõl selvagem.
e de vez em quando ela me dá palavras bonitas como essas que eu catei do brógue dela.
e divide um alcool honesto e limpinho.
e tb sente na pele desprovida de de melanina o estrago que é ter sangue latino bombeado por um coração maria bethânia num corpinho de tonalidade leitosa européia.
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[eu tenho uma amiga que anda pelo mundo divertindo gente. e chorando ao telefone. ah, essas atrizes... volta e meia ela, dona glorinha, toma um chá de sumiço pra tentar se encontrar, se entender, se saber. coisa de artista, presumo eu.
ela se acha meio errada, meio confusa. e é, pra falar a verdade. e aí está todo o encanto daquela pessoinha. é o clichê da mulher ultra-moderna [tem até um coração roquenrôu tatuado no braço, veja só!], e a mais única das criaturas. ímpar, como cada uma das pessoas sensíveis que ela e eu [e você, se tiver também um pouco de sensibilidade] queremos pra dividir nossos cafés de final de tarde.
dona glorinha sabe que tem à sua volta as pessoas mais legais do mundo, que ela escolheu a dedo [algumas literalmente, outras não]. mas, quando se deita na sua caminha de casal pra um, antes de o sono vir, é dominada por pensamentos maléficos tão comuns nas cabecinhas das mulheres avulsas - coisas do tipo por-onde-andará-o-chantilly-desse-morango-suculento-que-eu-sou? do que ela não parece se dar conta, como a maioria das mulheres avulsas [inclusive esta que escreve], é que o chantilly fica na geladeira do supermercado, e não na seção de congelados.
digam-me, donas glorinhas desse mundo, o que é que se pode esperar dos bofes que nos fazem suspirar, ou seja, aqueles caras sujinhos da noite, com barba por fazer, rolled up sleeves and skull t-shirts e vocabulário limitado? cá pra nós, só falta o crachá de "menino-problema" no peito. sim, eles são deliciosos. sim, é diversão garantida. e sim, eles se fazem descartáveis, porque tem muita dona glorinha suculenta pelo mundo louca por uma vida mais ordinária.
deixemos esses vazios pra um futuro idoso e distante, senhoritas, com uma tacinha de champanhe numa mão e um capri-mentolado-contrabandeado na outra, ao som de um jazz empoeirado e carregando na bagagem nossos 15 livros publicados, 24 filmes lançados, 6.348 pacientes atendidos ou 4.456 processos sentenciados.
no, no, no! porque a noite é uma criança e já somos bem grandinhas.]
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gracias again, balle.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
o clube da escuta
tá, que eu não sou muito dada a estes arroubos de desabafo agressivo.
tá, que a elegância é a maior resposta pra tudo mesmo.
tá, que a gente também fala da vida alheia. e que a gente gosta bastante de acreditar que o problema vem sempre do alheio.
mas tem um número de gente por aí que anda precisando arrumar uma vida pra cuidar, um sexo pra fazer, um livro pra ler, uma novela pra acompanhar...
vida, meu povo! vamos arrumar uma vida!
e tá, que eu sei que mi pequeña vida é incrível mesmo e eu tenho uma personalidade magnética e cativante.
mas traz um papaelzinho que eu dou um autógrafo. se pedir com jeitinho, dou até um abraço apertado, deixo apertar minha bunda, mostro a alça do sutiã... tiro até foto pra colocar no orkut.
mas, vamos arrumar uma vida pra viver, minha gente?
como diria meu amigo miro - né?
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sorte de hoje: não me segue que eu não sou novela.
(no máximo um seriado, em canal fechado, com conteúdo completo permitido apenas para assinantes)
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e tem gente que diz por aí que fofoca é coisa de menina. pffffffffffffff!
segunda-feira, 21 de julho de 2008
pearls are a girl's best friends
Holly Golightly: You know those days when you get the mean reds?
Paul Varjak: The mean reds, you mean like the blues?
Holly Golightly: No. The blues are because you’re getting fat and maybe it’s been raining too long, you’re just sad that’s all. The mean reds are horrible. Suddenly you’re afraid and you don’t know what you’re afraid of. Do you ever get that feeling?
Paul Varjak: Sure.
Holly Golightly: Well, when I get it the only thing that does any good is to jump in a cab and go to Tiffany’s. Calms me down right away.
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e diferente da marilyn, que era amiga dos diamantes, a gente usa pérolas.
os diamantes são lindos, mas para mulheres de mais idade.
nós, as jovens e a vó dora, preferimos as bolinhas brancas.
domingo, 13 de julho de 2008
[E sei que de noite, quando ele me chamar, irei. Quero que ainda uma vez o cavalo conduza o meu pensamento. Foi com ele que aprendi. Se é pensamento esta hora entre latidos. Os cães latem, começo a entristecer porque sei, com o olho já resplandecendo, que irei. Quando de noite ele me chama para o inferno, eu vou. Desço como um gato pelos telhados. Ninguém sabe, ninguém vê. Apresento-me no escuro, muda e em fulgor. Correm atrás de nós cinqüenta e três flautas. À nossa frente uma clarineta nos alumia. E nada mais me é dado saber.]
clarice lispector, matando minhas saudades.
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as vezes acho, dentro dessa minha mania de me sentir o centro do mundo, que a clarice existiu pra colocar em palavras as coisas que eu queria dizer e nunca consigo direito. aí vou lá, procuro e sempre tem alguma coisa escrita por ela que descreve exatamente o que passa por dentro de mim.
exatamente.
clarice lispector, matando minhas saudades.
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as vezes acho, dentro dessa minha mania de me sentir o centro do mundo, que a clarice existiu pra colocar em palavras as coisas que eu queria dizer e nunca consigo direito. aí vou lá, procuro e sempre tem alguma coisa escrita por ela que descreve exatamente o que passa por dentro de mim.
exatamente.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
a frase do ano
sábado, 28 de junho de 2008
again and again and again and again
derrubo pela quarta vez a canequinha/cinzeiro cheia e espalho finais de cigarros não fumados por mim pela quarta vez pelo chão.
não me ocorre mudar de lugar, jogar os cigarros terminados fora ou ao menos desviar o caminho para não ir de encontro mais uma vez ao obstáculo minúsculo que me atrapalha como se fosse gigante.
continuo como condicionada, esbarrando, derrubando, guardando, pondo no mesmo lugar, esbarrando e derrubando mais uma vez.
continuo assim a vida.
indo. chamando. pedindo. abrindo. dando. deixando. ficando. mais uma vez. e mais uma. e mais uma. e só mais uma, eu digo.
eu digo sempre "só mais uma".
não mudo o caminho. não fecho a porta. não desligo o telefone.
sempre aberto. por aqui estamos sempre abertos.
a gente aqui não gosta de fechar a porta. preguiça de ter que sair da cama pra abrir denovo.
prefere continuar com o mesmo cobertor velho e mofado, que vez ou outra provoca alergia a ter que sair pra comprar um novo. cobertor novo é difícil de achar. e vai que esse também causa espirros?
pelo menos esses espirros já são conhecidos. a dorzinha e a coceira acabam sempre lembrando de que por mais letárgico que seja o estado em que se encontre, este corpo aqui ainda tem vida.
vida demais, eu diria.
e então me levanto, tropeço no cinzeiro/canequinha. derrubo. recolho. e empurro pra baixo da estante. não foi pro lixo ainda, mas por enquanto fica longe do caminho.
até alguém resolver fumar denovo.
ah, malditos fumantes!
sexta-feira, 27 de junho de 2008
NOTA MENTAL:
as vezes até as garotas bacanas, de bom coração e intençõezinhas honestas são escrotas.
e nem sempre é por querer.
as vezes acontece. de se partir um coração, de mentir, de fazer coisas que vão magoar pessoas que a gente nunca quis (e nunca vai querer) magoar.
acontece.
ponto.
e nem sempre a culpa de tudo é minha.
e nem sempre a culpa é do alheio.
todo mundo tem seu dia de vilão.
e nem sempre é por querer.
as vezes acontece. de se partir um coração, de mentir, de fazer coisas que vão magoar pessoas que a gente nunca quis (e nunca vai querer) magoar.
acontece.
ponto.
e nem sempre a culpa de tudo é minha.
e nem sempre a culpa é do alheio.
todo mundo tem seu dia de vilão.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
eu, você e todos nós
acho uma bobagem isso tudo.
uma bobagem. olhar para o telefone, sentir vontade e não discar.
acho uma bobagem essa coisa toda de conversas veladas, de silêncios que constrangem, de assuntos em suspenção. acho tudo isso de uma bobagem sem tamanho. uma deselegância infantil. uma imaturidade sem charme. sem graça. sem cor.
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acho tudo isso uma chatice. essa coisa de não poder ser. de não poder ter. de não poder ver.
acho uma chatice abraços que não são dados, carinhos que não são feitos e palavras que não são ditas.
acho uma chatice esse jeito torto de me ver. esse jeito de míope que tira os óculos pra enxergar mal, porque não consegue aceitar as coisas como elas são. com o foco no lugar dele.
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acho uma delícia cada abraço que me aperta pela parte de baixo da cintura e quase me tira do chão. cada vontade que eu sinto quando as coisas não podem ser. acho uma delícia não poder no meio de todo mundo que não pode saber e querer, querer, querer.
acho uma delícia a liberdade que me dá para sentir o que eu quiser ter descoberto que de tudo que eu quero ali, não existe o ter. não querer ter é uma delícia.
acho uma delícia quem tira minha roupa com o olho. e arrepia os cabelos da minha nuca com o sorriso e me tira do chão com abraços que são guardados pra mim na hora certinha em que não poderiam acontecer.
terça-feira, 3 de junho de 2008
chove lá fora e faz tanto frio
e aqui dentro tá uma delícia.
meu chá, meu sofá, meus gatos e meus amores.
daqui a gente não sai. deixa o inverno pra mais tarde.
uuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhh!
meu chá, meu sofá, meus gatos e meus amores.
daqui a gente não sai. deixa o inverno pra mais tarde.
uuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhh!
domingo, 11 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
any place I hang my hat is my home
amor de estranhos. novos amigos de infância. velhas novas histórias. coisas empoeiradas jogadas fora. espaço nas gavetas. malas, malas, malas. tudo ainda nas malas. tudo jogado por aí.
novos cantos que já são meus. uma nova família. um lugar novo pra chamar de meu.
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e aqui estamos nós. todas essas que não sabem muito bem o que fazem aqui dentro, mas todas sabendo exatamente o que viemos fazer aqui.
eu precisava de um pouco de férias daquela eu, precisava deixar que as outras eus tivessem chance de ser. e quem sabe, alguma delas acaba se revelando muito mais eu do que eu jamais consegui ser.
vim - me embora para curitiba porque passárgada era longe demais. e por agora, não me interessa ser amiga do rei.
vim porque tenho histórias que esperavam por mim aqui. histórias que sem mim já não podiam mais ser contadas. vim para desenterrar algum tesouro e porque uma paixão esperava por mim para acontecer. espera ainda. espera até essa minha ansiedade passar, para poder ser na hora em que programou - se para acontecer, não nessa minha hora afoita e desengonçada.
vim porque tinha abraços a receber, grandes amigos que eu ainda não conhecia. vim para dizer. ainda não descobri o que. mas na verdade o que tenho para dizer já foi dito, só espera a sua hora de se dizer.
vim. porque em mim não há mais espaço para ficar.
vim até que um novo ir se mostre tão urgente que o elefante volte a sentar no meu peito e que eu precise não saber mais aonde ir vai me levar (clarice, clarice, o que fizeste de mim, menina?).
vim, porque sem vir eu não seria mais capaz de respirar.
vim cheia, porque de dentro de mim, algumas coisas nunca vão sair. porque são minhas, porque me deram a mão. porque sem mim também não podem mais ser.
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[And the going proves that's how it oughta to be,
I pick up too when the spirit moves me.
Cross the river, round the bend,
Howdy stranger,
So long friend,
There's a voice in the lonesome wind
Keeps whispering roam!
I'm going where a welcome mat is,
No matter where that is,
'Cause any place I hang my hat is home.]
sábado, 3 de maio de 2008
o mundo cabe na palma da minha mão
e tudo que eu queria era morar no meu quintal.
o mais difícil de ser livre pra ir é não ter nada que me obrigue a ficar lá.
tem alguém aí pra me dizer que está certo?
alguém pode, por favor, me dizer que vale a pena. que a escolha é certa e que o que vem depois é grande, leve e bonito?
alguém aí, por favor, pode decidir um pouquinho por mim?
ou vir aqui, e me trazer um abraço?
alguém, só um alguenzinho, dá pra me dizer que tudo no final termina bem?
domingo, 27 de abril de 2008
não se afobe não, que nada é pra já
o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio.
.
.
.
eu sou quem não pode esperar. principalmente em silêncio.
amores serão sempre amáveis.
eu nem sempre.
está na hora. está na hora.
a hora da estrela.
a hora de voar.
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eu sou quem não pode esperar. principalmente em silêncio.
amores serão sempre amáveis.
eu nem sempre.
está na hora. está na hora.
a hora da estrela.
a hora de voar.
sábado, 26 de abril de 2008
la pequeña amy winehouse
quarta-feira, 23 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
long john.
surrupiado de blog alheio, para deleite e hiperventilação do público gay/mulherzinha em geral.
vai lá e confere!
o meu país ainda é o das maravilhas
[Farto de ver. A visão que se reecontra em toda parte.
Farto de ter. O ruído das cidades, à noite e ao sol, e sempre.
Farto de saber. As paradas da vida. - Ó Ruídos e Visões!
Partir para afetos e rumores novos.]
Arthur Rimbaud
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e é isso. não se fala mais em desagrados.
alice conhece seu país e suas maravilhas. e reconhece que toda história precisa de um vilão.
e pronto. alice também é vilã, certamente, em alguma história alheia.
alice, como boa moradora do país das maravilhas, foi também leitora juvenil de pollyana, a garotinha capaz de transformar qualquer desventura em maravilha (estamos usando essa palavra sem a menor parcimônia hoje, não é mesmo?). alice acredita. simples assim, ela acredita.
acredita no que diz seu pequeno e surrado coração, acredita na forma nonsense que ele tem de escolher quem passará a morar dentro dela. acredita em todos que moram ali dentro. em todos que seguram a sua mão.
alice acredita tanto que faz as malas. separa seus modelos incríveis, seus cosméticos (alice é espertinha e sabe que o tempo não perdoa), seu gato listrado e seus desejos a serem saciados. todos estão precisando, como disse patti smith, citando rimbaud lá na no blog de pano: de um cenário novo e de um ruído novo. e daquele cheiro da curva, que eu já conheço um pouco.
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