uma vez, um menino me disse que o que estava sentindo no momento não era saudade, era falta.
eu nunca tinha entendido direito essa diferença. até agora.
cá estou, 8.034 quilometros distante do último espaço que chamei de meu, as vésperas de despedir-me do inferno astral e pela primeira vez em longos anos sem planejar grandes eventos ou comemorações mirabolantes.
e tudo bem.
mas acaba sendo meio impossível não dar aquela abraçada gostosa na nostalgia.
daí que sinto saudade de quase nada, acho que porque sei que vai estar tudo ali quando eu voltar. e uma falta bem grande de menos coisas ainda, aquelas que aqui eu confirmei serem essenciais e imprescindíveis para que eu possa existir.
tenho saudade das pistinhas escuras, dos rostos conhecidos, de acordar no dia seguinte temendo fotos e redes sociais. tenho saudade da histeria, do barulho, do colorido. da leveza que o superficial sabiamente traz pra essa vida tão cheia de peso. tenho saudade da hora de acordar no domingo e receber as mensagens do daniel no meu telefone. saudade das sessões em grupo no cinema, da tim, que me deixa passar todas as horas do dia ao telefone com aquela porka pipa. tenho saudade da torturinha de estimação e de friozinhos na barriga. do clima 5a série e todas as chatices e encrencas que dividir sem medida a vida com uma dúzia de outros seres humanos trazem. uma saudade bem grande de microfone, palco, fotografias e cabines de dj. da casa da minha vó e do furacão minha mãe. de sextas feiras muito frias pra poder usar pijama e comer chocolate no sofá com meu pequeno irmão. da lourdes maria - as duas. de estar perto de curitiba. ah! e de coxinha, requeijão, pão de queijo e suco de caixinha sem açucar.
e tem a falta - aquela coisa parecida com não ter um dente ou perder tudo que tinha armazenado no hd - que eu sinto da voz da minha melhor amiga dizendo 'ai, que porka!' e deixando qualquer drama com o tamanho real - nenhum. de ouvir 'ai, eu te amo tanto' toda vez que ganho um abraço apertado do phê. do 'escuta...' seguido de uma pergunta absurda que só a alemanha consegue formular. da gravata borboleta do japão. da pele da minha mãe. de dormir de conchinha com a lolita. de quando o daniel fica bêbado e chora. da minha amiga que aconteça o que acontecer, sempre atende o telefone dizendo 'oi, meu amooooor!'. da casa da polaca. do palco. do meu casal de afilhados. do marcelo que tá tomando conta da minha cama. de dormir com um pijama da beatriz na cama do tiago. de sempre aprender alguma coisa quando estou perto daquele que nasceu loiro. do igorlime. das minhas amigas blogueiras que não tem mais blog. do hétero de estimação. de tomar café com a minha vó. da elegância da manu. do miro. da bolha cafona, vergonhosa e deliciosa de amor em que só acompanhada daquela duzia de gente da 5a série se consegue viver.
e principalmente, da minha bunda de quando eu tinha 23.
9 comentários:
HAHAHAHAHAHAAHAHAH esse texto é tao Graziela <3
choray. sou gay?
(terminar falando da bunda é muito graziela)
eu e minha bunda - amor verdadeiro, amor eterno.
Que texto lindo, Grazi. Sensações alegres-tristes com bunda envolvida sempre rendem.
morri três vezes!
volta logo pra me juntar aqui do chão e eu tomo um porre contigo, choro só pra vc, e no outro dia te ligo perguntando como eu cheguei em casa, mesmo que eu saiba...
lóviúxuxu!!!
Oi Filhaaaaaaaaaaaaa!!!!
Saudade ou falta...é a mesma coisa que dói dentro da gente e faz pensar como seria bom poder abraçar, beijar as pessoas que amamos. Eu te amo muitoooooooooo.
Bjs..
sua mãe saudosa..
ai, seus queridos.
S2
maezinha. te amo tb.
:)
Acho que não consigo colocar em palavras a saudade que eu sinto. Agorinha mesmo, a Carola virou pra mim e falou "Ah, a Grazi precisa muito voltar e vir passar uns dias com a gente, tomando drinks no sofá!".
Eu to com saudade, a Carola tá com saudade, até o sofá tá com saudade!
<3
ps: sua bunda com 33 continua sendo a mais bonita da cidade.
ai, miro!
chorei com delay...
manda um beijo bem grande pra carola e pra esse sofa. me espera, que logo tamo ae, falando sobre as amarguras dessa vidaloka e debochando do resto do mundo.
bj bj bj bj
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