sábado, 28 de junho de 2008
again and again and again and again
derrubo pela quarta vez a canequinha/cinzeiro cheia e espalho finais de cigarros não fumados por mim pela quarta vez pelo chão.
não me ocorre mudar de lugar, jogar os cigarros terminados fora ou ao menos desviar o caminho para não ir de encontro mais uma vez ao obstáculo minúsculo que me atrapalha como se fosse gigante.
continuo como condicionada, esbarrando, derrubando, guardando, pondo no mesmo lugar, esbarrando e derrubando mais uma vez.
continuo assim a vida.
indo. chamando. pedindo. abrindo. dando. deixando. ficando. mais uma vez. e mais uma. e mais uma. e só mais uma, eu digo.
eu digo sempre "só mais uma".
não mudo o caminho. não fecho a porta. não desligo o telefone.
sempre aberto. por aqui estamos sempre abertos.
a gente aqui não gosta de fechar a porta. preguiça de ter que sair da cama pra abrir denovo.
prefere continuar com o mesmo cobertor velho e mofado, que vez ou outra provoca alergia a ter que sair pra comprar um novo. cobertor novo é difícil de achar. e vai que esse também causa espirros?
pelo menos esses espirros já são conhecidos. a dorzinha e a coceira acabam sempre lembrando de que por mais letárgico que seja o estado em que se encontre, este corpo aqui ainda tem vida.
vida demais, eu diria.
e então me levanto, tropeço no cinzeiro/canequinha. derrubo. recolho. e empurro pra baixo da estante. não foi pro lixo ainda, mas por enquanto fica longe do caminho.
até alguém resolver fumar denovo.
ah, malditos fumantes!
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