quinta-feira, 26 de novembro de 2009

então, tu tome tento com meu coração...


[Amor... Você já amou? Horrível, não? Você fica tão vulnerável. O peito se abre e o coração também. Desse jeito qualquer um pode entrar e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, pra que nada possa te causar mal. Aí, uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outra, entra em sua vida idiota. Você dá a essa pessoa um pedaço seu. E ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa idiota como beijar você ou sorrir e, de repente, sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e te deixa chorando no escuro. Por isso, uma simples frase como "talvez a gente devesse ser apenas amigos" ou "muito perspicaz" vira estilhaços de vidro rasgando seu coração. Dói. Não só na imaginação ou na mente. É uma dor na alma, no corpo, uma verdadeira dor que entra-em-você-e-destroça-por-dentro. Nada devia ser assim. Principalmente amor. Odeio amor.]

Neil Gaiman, no Sandman 65

(via adioslounge.blogspot.com)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ainda é cedo, amor...







[Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis para um rapaz... Com efeito, uma jovem tem ilusões, muita inexperiência, e o sexo é bastante cúmplice do amor... ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios que tem a fazer. Lá onde uma é arrastada pela curiosidade, por seduções estranhas à do amor, a outra obedece a um sentimento consciente. Uma cede, a outra escolhe... dando-se, a mulher experiente parece dar mais do que ela mesma, ao passo que a jovem, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode comparar nem apreciar... Uma nos instrui, nos aconselha... a outra quer tudo aprender... Para que uma jovem seja amante, precisa ser muito corrompida, e então é abandonada com horror, enquanto uma mulher possui mil modos de conservar a um tempo seu poder e sua dignidade... A jovem... acredita ter dito tudo despindo o vestido; mas uma mulher... se esconde sob mil véus... afaga todas as vaidades... Chegando a essa idade, a mulher sabe consolar em mil ocasiões em que a jovem só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de trinta anos pode se fazer jovem, desempenhar todos os papéis, ser púdica e até embelezar-se com a desgraça.]

Honoré de Balzac
.
.
.
MUAH!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

voltei a cantaaaaaaaaaaaaar...



'eu só vou dar uma passadinha, dar um abraço nele e falar um pouquinho de inglês'
'ok, baby. see you soon. so nice to hear your voice again...'
'tá, só um copo. é que eu tô meio tensa e tal.'
'hi, gringo. I think that girl wants you. she's almost killing me with her eyes. go talk to her and I see you latter.'
'cara, eu sou só a grazi mesmo.'
'claro que eu vou acordar antes das nove amanhã'
'ooooooooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiii griiiiiiiiiiiiiiiiiiingo.'
'ihihiiihihihihi. really? I will always call you gringo.'
'tá. acho que eu to com vontade de beijar ele. mas só pra ver se ainda sinto alguma coisa e tal...'
'aham, uma vodka, moço. obrigada.'
'oooooooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. i can't believe you played that song...'
'ta, vou pegar. fodeu!'
'we should do it more. so much more, darling!'
'eu juro que vou acordar antes das nove amanhã'
'ok, let´s call a cab'
'ta, acho que eu vou embora com ele, então.'
'no way! it's eleven. where is my dress, honey?'
'gente, eu queria, mas quando vi tava babando no braço dele e já eram 11 e tanto.'
.
.
'guria, eu bem que tento, mas aí vem a vida e me seduz...'

terça-feira, 14 de julho de 2009

dê um rolê


[mas seria amor? estava convencido de que queria morrer ao lado dela, e esse sentimento era claramente exagerado: ele a estava vendo então apenas pela segunda vez! não seria mais a reação histérica de um homem que, compreendendo em seu foro íntimo a inaptidão para o amor, começa a representar para si próprio a comédia do amor? ao mesmo tempo, seu subconsciente era tão covarde que ele escolhera para sua comédia essa modesta garçonete do interior que praticamente não tinha chance de entrar na vida dele.
olhava os muros sujos do pátio e compreendia que não sabia se era histeria ou amor.]

milan kundera, a insustentável leveza do ser
.
.
.
ter nascido thomas em corpo de tereza fodeu com a minha vida. fo - deu.
pratiquemos o desapego, brasil. pratiquemos.
.
e que a sujeira das ruas e as calçadas conhecidas e os novos rostos tragam a leveza. que seja insustentável, já que eu nunca fui capaz de deixar crescerem raizes.
que seja leve. que seja doce. que seja, pelo menos.
.
e vamos combinar que a gente tá grandinha demais pra brincar com amigos imaginários.
prontocaguei.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

folianópolis.


e daí ele sai por aí e logo começa a chover.
só ele dar uma sumida, que chove e fica tudo meio vazio. e a tarde demora um caralho de tempo pra passar.
se bem que com caralhos esta tarde talvez se acabasse mais depressa.
e ele se enfia no meu mundo. MEU, ouviu bem? e eu fico aqui achando tudo meio perdido e vazio.
1, 2, 3. mais uma tequila, por favor.
que hoje é minha noite de estrela.
.
.
prontocaguei.
ah, e by the way - se não quiser, não precisa voltar.

é...


'bem, é assim que as coisas são…
às vezes quando tudo parece
o pior
quando tudo conspira
e atormenta
e as horas, dias, semanas,anos
parecem perdidos –esticado lá na minha cama
no escuro
olhando para o teto
eu tenho o que muitos considerarão
um pensamento destestável:
ainda é bom ser'
Bukowski.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

terça feira com cara de segunda.


não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça.
a chuva tá caindo...
la la la la la la
.
.
.
um brinde aos relacionamentos platônicos.
à dor nas costas.
ao relaxante muscular.
e à minha mãe, com quem eu cada vez me pareço assustadoramente mais.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

me leva que eu vou


é bem assim que começa: de lugar nenhum, aparece alguém que dá uma chacoalhada em tudo, puxa o tapete e arranca a toalha com a mesa ainda posta. sabe como?
e ao invés de me irritar, virginiana que sou, com o caos que se cria, eu fico feliz.
eu e alguém dançamos de mãos dadas gargalhando sem ligar pra bagunça ao redor. não nos preocupamos em cortar os pés nos cacos ou escorregar nos restos espalhados pelo chão - eu e alguém não temos o menor medo de sangrar - corremos pelas ruas que agora já não tem mais as mesmas cores, beijamos as pessoas enquanto elas mudam de nome e ouvimos pela primeira vez as mesmas palavras de todo dia.
então são abraços e palavras e descobertas diárias de beleza no meio da sujeira que vai se acumulando.
e depois, furacões, maremotos, desastres naturais. tudo levando embora qualquer ordem, qualquer sensatez, qualquer certeza e toda sensação de paz.
o mundo fica de pernas pro ar e já não importa mais porque alguém resolveu aparecer desse lugar nenhum (provavemente alguém já foi parar em lugar nenhum novamente, uma hora dessas). importa é que já não é mais possível voltar a ser.
o que era, mesmo que fosse bom, já não existe mais. resta esperar que se tenha serenidade e leveza o suficiente para saber dizer: adeus, muito obrigada, não cabe mais.
resta ir, mais uma vez sem saber para onde o ir levará.
até porque, não é essa toda a graça da vida?
e como já dissemos, algumas vezes: ir, meu bem, é da minha natureza.
.
.
.
por todos e para todos os alguens que já acabaram com a minha vida.
que nunca parem de aparecer.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

fode com meu coração, maria. fode!

'mora comigo na minha casa um rapaz que eu amo. aquilo que ele não me diz porque não sabe, vai me dizendo com seu corpo que dança para mim. ele me adora e eu vejo através dos seus olhos um menino que aperta o gatilho do coração sem saber o nome do que pratica. ele me adora e eu o gratifico só com os olhos que o vejo. corto todas as cebolas da casa, arrasto os móveis, incenso. ele tem medo de dizer que me ama. e me aperta a mão e me chama de amiga.'

sábado, 20 de junho de 2009

não aprendi dizer adeus.


o mundo parece mais completo e perfeito que nunca. tudo no lugar. amo profundamente os cenários, as cores, os roteiros e principalmente, os novos personagens que têm enriquecido de forma absurda la singela história de mi vida.
mas trocava agora, sem pestanejar, um pedacinho de tudo isso pelos velhos, mofados, empoeirados e aconchegantes conhecidos.
por sentir o cheiro de gato na minha casa do último andar, ouvir o barulho da guitarra no quarto ao lado. não ser a única que tem esse sotaque, discar números que tenho decorados. continuar histórias que existem desde que eu tinha cabelo sem tinta e a crença na raça humana intacta.
entrar num carro branco que já foi casa de baratas e lembrar de quando era natal, reveillon, páscoa e dia das crianças.
transformar minha sala com luz azul em apêndice da balada.
conhecer os rostos, conhecer os lugares, conhecer o moço da porta do bar que sabe meu nome, minha história e minha bebida preferida.
tomar caipirinhas na beira do mar que me viu nascer e almoçar de ressaca no apartamento que me ensinou a ser criança e que me faz criança toda vez em que entro no elevador do prédio ao lado da pracinha.
ser a grazi que é só a grazi. não a amiga de alguem, a que trabalha em algum lugar, aquela de toda quinta feira... só essa.
receber o abraço de arquiteta da minha amiga rouquinha, o beijo das pessoas que casaram comigo no carnaval, o porka da minha outra parte, uma mordida amarela no dedo, a hiperatividade do parceiro de surf por quem eu me apaixono todo dia. cuidar do meu filho, do meu irmão, das minhas gatas abandonadas, da parte de vida que ficou por lá.
.
.
como o caio, eu queria poder ser duas. para uma delas ter partido e a outra, ficado lá com aquelas pessoas.
.
.
estou em milhares de cacos. eu estou ao meio.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

até a última gota. não mata.


meu coração tem vida própria. e olha que já tentei adestrá-lo, mas ele é terrível! (muito mais que eu). quando penso que passei-lhe bonito a perna, lá passa o safado correndo. nada de cantinhos seguros, ele corre grudado ao calcanhar. e me deixa aqui, com esse sorriso, esse não saber o que fazer, esse alimentar-se de suspiros e essa vontade de mandar às favas o mundo e sair por aí vivendo de amor.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

eu, graziela, uma jacu.


eu não sei paquerar, nunca soube, sou péssima nisso. e o pior é que ninguém acredita. sou mestre na arte de interagir com outros seres (humanos, não humanos, inanimados, imaginarios e afins). tenho uma facilidade incrível em puxar conversas, fazer melhores amigos em 3 minutos, encontrar assuntos em comum... mas tudo isso com passantes, seres normais com quem não haja a menor possibilidade de estar desenvolvendo um tete-a-tete imbuido de segundas intenções. aí, quando eu digo que sou jacu, ninguém acredita e eu sempre acabo tendo que contar as histórias verídicas vergonhosas que já protagonizei pra justificar a minha cara vermelha quando algum mocinho me olha um pouco mais provocantemente. acabo tendo que dizer em alto e bom som: 'brasil, eu já saí correndo uma vez quando um cara pediu meu telefone'. juro por deus, não é figura de linguagem eu saí literalmente correndo quando um moço perguntou se podia me ligar (tá que estávamos numa delegacia e tá que ele era o cara fazendo meu b.o. mas mesmo assim, eu saí CORRENDO). sempre fico tentando encontrar maneiras espirituosas de sair dessas situações em que eu começo a suar frio, sentir a boca seca, todo o sangue do meu corpo dirigir-se às bochechas e minha mente não consegue produzir nada além de: me tira daqui! me tira daqui! me tira daqui! sim, eu sou mega jacu. eu consigo disfarçar muito bem isso durante vida. coloco uns modelos moderninhos, faço cara de muitos amigos, solto umas piadas engraçadinhas. é... eu me viro. mas ao adentrar o assustador universo dos homens e seus galanteios o máximo que eu consigo soltar é um: 'uma dama não revela certas coisas' e sair CORRENDO. e gritar: ai, que vergonha. e tropeçar no meio do caminho. juro que eu queria ser mais charmosa e sensual, daquelas mulheres que soltam os cabelos ao vento e seduzem garotos só com um olhar fatal e certeiro. não rola, eu sou jacu. então, se você é um rapaz interessante e se você por algum motivo resolveu me paquerar, tenha paciência comigo. eu saio correndo, minha voz fica aguda, eu faço piadas sem graça, eu agarro uma amiga pra não ficar sozinha, mas um dia isso passa. e eu juro que além de jacu eu posso ser bastante divertida. pode perguntar por aí...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

a era de sagitário


'se a não vamos casar nem ter filhos, vamos fazer o quê?'
'simples, vamos ser amantes'
.
pronto, é isso, sejamos amantes.
segundo a wikipedia 'amante é todo o ser humano que ama'. segundo minha definição amante é aquele colega que sente desejo e carinho por outro ser humano. que telefona numa 4a feira fria para o outro ser humano e faz a gentil proposta de passarem algumas horas juntos.
o ser humano oferece um corpo quente para ajudar a acalmar os desejos daquele outro corpo que anda precisando se repartir. oferece abraços, ouvidos, palavras doces. oferece um copo d'agua, uma toalha limpinha, uma pizza (as comidinhas para depois do amor do vinícius de moraes), oferece sua cama, seus lençois e suas cobertas.
em troca recebe carinhos, recebe presenças, uns apertinhos. recebe beijos, um filme querido que traz lembranças boas, conversas conhecidas e novidades familiares.
e no dia seguinte, os seres humanos dividem um sexo de bom dia, um café na padaria, um taxi até o trabalho e seguem cada um pra sua casa.
voltam cada qual para sua vida, mas carregando no bolso e no corpo um pouquinho daquele outro que não precisa de presença absoluta pra sentir-se parte.
amantes são elegantes e livres. se gostam, se cuidam e se protegem sem precisarem andar de mãos dadas pelas ruas ou jurarem amor e fidelidade eternos. eles não precisam do eterno, sentem-se e vão. porque ir parece sempre muito mais interessante do que ficar.

então vão, um cuidando do coração do outro.
gente que se recusa a assinar contratos tambem tem sentimentos. muitos deles, por sinal.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim


andar. os passos largos. estradas novas para o velho e inseparável vício.
olhos em frente. olhar pra tras pode te tranformar em sal, baby.
medo, meu amigo, me deixe de lado só por uns dias.
desligarei o telefone e se você me procurar, mandarei dizer que não estou.
não te deixo pra sempre. sempre haverão caminhos desconhecidos e sempre me empurrará essa vontade de ir.
porque ir, a gente sabe, é da minha natureza...
.
.
.
[Como é que faz pra lavar a roupa
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha
Pela ponte, pela ponte
Como é que faz pra sair da ilha
Pela ponte, pela ponte]

terça-feira, 19 de maio de 2009

a vida e seu delay


sou, desde que eu existo, uma garota hiperativa e agoniadinha. nunca tive o dom de saber esperar.
não tive na hora de nascer e mal completei oito meses no quentinho da minha mãe, fiz com que me tirassem de lá (além de ansiosa, mandona. pessoa ótima...). não tive pra esperar os outros acordarem no berçário e só parei de chorar quando ouvi todas as vozes dos meus colegas de quarto em uníssono desesperando as enfermeiras. não tive pra esperar que me ensinassem a falar e quando foram se dar conta eu manipulava conversas em casa antes mesmo de completar um ano neste mundo.
eu sempre fui assim. na escola minha mãe ouvia mensalmente das queridas mestras que sua filha tinha ótimas notas e péssimo comportamento. o que elas não entendiam é que minha paciência acabava depois que eu sabia do que elas estavam falando. não tinha a menor vocação pra ficar sentada ouvindo o mesmo assunto por horas enquanto lá fora o parquinho gritava por mim.
até que eu cresci e comecei a descobrir as dores e delícias que belos garotinhos podem provocar em jovens moçoilas.
e é claro, nunca tive paciência para esperar por nenhum deles. até me obriguei a tentar várias vezes. mas acabava criando grandes cenas dramáticas, com saídas triunfais e frases de efeito no final. tudo isso, por não saber me distrair - como tentou me ensinar clarice lispector, minha terapeuta.
e assim passaram os dias.
até que eu descobri uma coisa incrível: o delay da vida.
sabe quando a fátima bernardes fala lá da china e a gente só ouve alguns segundos depois? delay.
sabe quando a gente manda um menino pro inferno, jura nunca mais trocar palavra alguma com ele e meses depois calmamente, conversa sobre os acontecidos entre risadas e palavras carinhosas? - ó o delay aí, brasil!
ele não tinha o que me dizer naquela hora, eu não tinha a calma necessária pra ouvir. o tempo passou, as coisas começaram a ter a sua real importância e pronto! entre mortos e feridos, sobrevivemos os dois.
tem gente que demora muito mais tempo pra entender o que sente. tem gente que não vai entender nunca. tem gente, como eu, que não tem vocação pra esperar. tem gente que consegue relevar meu tempo torto e saber a hora certa de me fazer carinho depois de tudo.
obrigada, meu bem. obrigada.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

por existirem alegria, juventude, pastos e bois.


'Alegria
Pra cantar a batucada
As morenas vão sambar
Quem samba tem alegria
Minha gente
Era tristre e amargurada
Inventou a batucada
Pra deixar de padecer
Salve o prazer
Da tristeza não quero saber
A tristeza me faz padecer
Vou deixar a cruel nostalgia
Vou fazer batucada de noite e de dia, vou sambar
Esperando a felicidade
Para ver se eu vou melhorar
Vou cantando , fingindo alegria
Para a humanidade não me ver chorar'
.
.
dançando de meia no asfalto enquanto o sinal não abre, saindo atras de cigarros pela madrugada, carregando uma a outra, entre cantinhos, meios de pista e embriaguês comunicativa. histórias que não se apagam e afetos que perduram. muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

pelas perguntas sem respostas


- eu sei como é.
- e nós dois?
- amigos?
- e nós dois?
- amigos.

os olhos nos olhos brilhando. a possibilidade de retomar um assunto não resolvido. travado. não discutido. pouco iluminado. a noite brilhando, o verão faz com que a gente atravesse as questões, como quem não percebe detalhes. a temperatura é alta e no brinde de outra garrafa de cerveja, preferiram não tocar no assunto protagonista, que os desperta e os maltrata.

(http://www.minimosobvios.blogspot.com/)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

por sentir saudades da loli


Como vai?
Tudo bem!
Apesar, contudo
Todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer
Do coração...
É sinal que amei demais

Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

to be or to do?


aproveitar o momento entregue de bandeja e digitar um calmo e elegante "ah, va tomar no cu". ou engolir os ultimos meses e dar ao corpo o que ele anda precisando?
.
.
.
that's the question.

sábado, 28 de março de 2009

tic tac tic tac tic tac


não, meu bem. eu não vou te beijar. ok, você é até bonito. tá bom, você é BEM bonito. confesso que bem mais bonito que os caras que eu beijei ultimamente.
mas eu não vou te beijar.
precisa ter um porquê? eu não posso simplesmente não estar com vontade de te dar um beijo?
bom, em primeiro lugar eu não vou te beijar porque além de mim, você tá tentando beijar metade dessa festa.
oi? é, pode ser. eu sou mesmo um tanto quanto enjoadinha. na verdade eu ando enjoadinha. se você me encontrasse num dia de boa vontade, provavelmente já estaria com a língua na minha boca há algum tempo, porque quando eu não ando enjoadinha eu tendo a ser bem prática. e conversar com gente estranha em balada me dá preguiça.
e já que a gente ia querer a mesma coisa e já que provavelmente eu não ia querer te ver amanhã, existiria uma grande possibilidade de você estar na minha casa agora, que é ali do lado.
não, gato, eu não vou te levar pra minha casa. é. ela é ali do lado.
porque eu não estou com a menor vontade de beijar você.
olha, eu já não beijo alguém faz tanto tempo, que to preferindo botar meu pijama velho e dormir quentinha na minha cama dura.
sem você ao lado.
olha, eu ando com preguiça dessa conversinha genérica há tanto tempo, que a última vez que eu beijei alguém foi uma menina. e eu nem sou gay. mas to com tanta preguiça que ando preferindo passar meu tempo com gente interessante, não com alguém que veja charme em levantar a perna da calça pra mostrar uma tatuagem cafona. acertou, eu sou bem desse tipinho que fica encantada com um braço tatuado. mas um braço com tatuagens bacanas, não esse seu. e essa coisa na sua perna não tem nada a ver com o desenho bonito das minhas costas.
eu não estou sendo grosseira, só falando a verdade. e pra continuar com a verdade, eu queria agora estar dançando com os meus amigos e não fingindo que me interesso pelo que você fala.
jura que você nem me acha gostosa? e que metade da festa tá dando mole pra você?
acredito...
você também, bonitinho. não tem nada que pareça interessante pra mim, com seu bonezinho chinfrin e tatuagens de chiclete. mas eu até beijaria você. se não tivesse nada mais interessante pra fazer e não estivesse tocando madonna ali na pista.
quem sabe um dia, você me pega num momento de bom humor.
oi?
pra você também, nenem. pra você também...
.
.
.
we only got 4 minutes to save the world.

quarta-feira, 18 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

ensaboa, mulata. ensaboa...


ela não acredita em deus. ela não tem religião. não acredita em ocultismo ou coisas do além. cosmos, energias, macumba ou olho gordo. nada disso faz parte do seu vocabulário.
mas de um grupo maldito de fantasmas, jamais, desde jovenzinha foi capaz de fugir:

HORMÔNIOS.

e exatamente 5 dias após o fim da cartelinha, se encontra chorando na prateleira de cosméticos do supermercado.
.
.
.
maldito sabonete dove, que insiste em ter o cheiro do banho de casa!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

bye bye miss american pie.



despedidas são sempre tristes. para mim elas sempre são.
sou daquele tipo de gente que não consegue desgrudar a mão. que segura com força, mesmo sendo arrastada para o lado oposto, até que o último dedinho deixe de tocar o último dedinho daquela outra mão.
eu não sei dizer tchau. eu não sei dizer fim. eu não sei colocar pontos finais, encerrar parágrafos e fechar livros.
nunca soube.
sempre tive medo da vida longe do que é conhecido. mesmo que o conhecido seja o que não me serve mais, o que não me alimenta, o que me consome.
eu nunca consegui terminar namoros, por mais que quisesse. nunca soube ir embora, por mais que não me sentisse mais a vontade por ali.
no máximo eu consigo sair correndo, fugir, desligar o telefone e fingir que não estou participando da vida por um tempinho. e fico quietinha, com a minha porta fechada, esperando que esqueçam da minha participação e passem a acontecer sem mim.
eu sou assim. sempre fui. talvez sempre seja.
preciso que ponham fim por mim. preciso que vão embora e me deixem, daí eu invento um final pra me deixar satisfeita e volto a me sentir leve pra caminhar pelas estradas que eu ainda não conheci.
eu gosto do que eu não conheço. eu tenho medo é do que me é familiar. meu medo é de mim e do que eu acho a que pertenço.
tenho essa necessidade de me sentir pertencendo. mas a verdade é que eu nunca vou pertencer a nada, nem a ninguém.
talvez eu tenha nascido para ser artista solo. no palco, nos bastidores e na vida.
isso não me impede de encontrar boas parcerias. algumas eternas, algumas por poucas temporadas, algumas pra abrilhantar um ou dois episódios.
minha história é assim. minha vida é assim.
essa que eu escolhi, a minha. só. solo. assim.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

the end has no end.

"a tirania é feliz por inúmeras razões. entre elas, por poder fazer e dizer o que bem lhe agrada."
antigona, sófocles.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

- oi, graziela. é o seguinte: gostamos do seu perfil. quer agendar uma reunião para conversarmos?
- claro moça. até porque, ultimamente, meu perfil não tem sido dos mais requisitados por aqui.
.
.
.
pronto. o 0,0003% que faltava chegou.
até dia 02, meu brasil.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009



ando descobrindo que nem sempre o vazio é leve e nem sempre a falta de amarras é livre. e que a gente pode enganar todo mundo, mas a maior bobagem é tentar enganar o que sente.
descobri que já passou da hora de parar de fingir que eu não sinto nada e de dizer exatamente o contrário do que eu sinto.
descobri que ando querendo vida com voracidade.
eu não sei ser morna, não sei ser meio, eu nunca soube me equilibrar sobre muros.
preciso de sim ou de não mesmo que amanhã seja tudo diferente.
preciso poder engolir o mundo, deixar cheio o lado de dentro de mim que eu me esforcei tanto pra esvaziar.
preciso viver pra criar lembranças, pra colorir a minha história, pra encher denovo minha caixinha da memória de imagens inesquecíveis, cheiros e barulhos insubstituíveis.
eu quero mergulhar em águas transparentes e limpas, quero mergulhar longe desses lugares escuros, onde preciso sempre cuidar pra não bater em pedras ou não pisar em falso.
nao quero mais ter que viver tomando cuidado com onde ponho os pés.
nem com onde descanso o coração.
cansei de espaços insalubres. preciso de um cantinho limpo e seguro pra estacionar o coração.
preciso de palavras. palavras. palavras.
mãos.
mais.
e nunca mais me deixar acreditar que pouco pode ser suficiente.
.
.
.
[o que eu era antes não me era bom. mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. de meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. o medo agora é que meu novo modo não faça sentido? mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? terei que correr o sagrado risco do acaso. e substituirei o destino pela probabilidade.]
clarice lispector

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

oummmmmmmmmmmmmm

thaís diz:
mantra: "foda-se. nem queria mesmo"

nanda diz:
mantra: "exploda pelo cu"

graziela diz:
mantra: "fashion de cu é rola!"
.
.
.
respira em 3 tempos, solta em 5.
mentaliza e bum! explodiu.

(tem coisas que só a solidariedade feminina compreende)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

baseado em fatos reais

vodka, vodka, vodka, vodka
.
tuntz tuntz tuntz tuntz
- ooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
tuntz tuntz tuntz tuntz
- oi.
.
caipirinha, caipirinha, caipirinha, caipirinha
.
- gente, aquela moça é tipo, MUITO feia, ou eu tô louca?
- mais feia do que isso, meu bem. muito mais.
.
ricão is your man tanananananana
ricão is your maaaaaaaaaaaaaaaaaan
.
caipirinha, caipirinha, caipirinha, caipirinha
.
- oi?
- VAI TOMAR NO CU!
.
luzes acendem.
.
.
.
qualquer semelhança com fatos e pessoas reais, enfim...

sábado, 31 de janeiro de 2009

verdade seja dita...



"steve, encare os fatos", disse. "você é um escritorzinho de nada que não ganha dinheiro nenhum, certo? mas eu sou madonna. quer dizer, quanto estou ganhando: 250 mil dolares por ano? e ano que vem estarei ganhando dez vezes mais do que isso. e você? bem você ainda vai ser esse zé - ninguém sem um tostão, não vai?"
ignorando a expressão de dor em seu rosto, ela continuou: "na verdade, sua revista provavelmente vai estar quebrada dentro de um ano. então, receio que isso nunca vá funcionar. você e eu steve, não dá mais. sinto muito", concluiu, "mas acabou. é sério"
"isso é tudo que importa pra você?", perguntou incrédulo. "sucesso e dinheiro?"
"é isso", ela respondeu, balançando a cabeça. "já que você mencionou, é."
.
.
.
sabedoria de madonna não se discute.
obrigada. volte sempre.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

é o que temos...

eu ainda não aprendi a usar a nova língua portuguesa (então se tudo aqui estiver fora da regra, sorry. não é burrice, é desinformação)
eu moro numa ilha e não tenho a cor do verão. e só vou à praia quando vem gente de curitiba pra cá.
eu ainda não me apaixonei.
em 26 de janeiro, constato que já gastei todo dinheiro que tinha pra viver até final de fevereiro.
minha bunda continua mole.
a dieta ainda não fez efeito.
eu parei de tomar cerveja e isso tem me deixado um pouco mal humorada.
eu odeio trabalhar segunda feira.
.
.
.
em fevereiro tem carnaval.
e amanhã, começa o pilates.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

les poupées russes



encontro-me a quase quatro dias sem alcool. quase quatro dias sem junkie food. quase quatro dias comendo rúcula.
umas 90 horas sem passar maquiagem. mais de 5 mil minutos sem salto, decote ou pomada no cabelo.
quase quatro dias sem contato com o mundinho noturno requebrante.
.
.
.
nem quatro dias se passaram e eu já voltei a acreditar no amor.
.
.
o que não faz o tédio, a falta de cerveja e uma locadora por perto...

- Ai, Glória, por favor, você me dá uma aspirina?
- Mas por que você me pede tanta aspirina, Maca? Não é pelo dinheiro não, mas pode fazer mal!
- Para eu não me doer!
- Hã??
- Para eu não me doer. É dentro.

(A Hora da Estrela, Clarice Lispector)