terça-feira, 6 de maio de 2008

any place I hang my hat is my home


amor de estranhos. novos amigos de infância. velhas novas histórias. coisas empoeiradas jogadas fora. espaço nas gavetas. malas, malas, malas. tudo ainda nas malas. tudo jogado por aí.
novos cantos que já são meus. uma nova família. um lugar novo pra chamar de meu.
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e aqui estamos nós. todas essas que não sabem muito bem o que fazem aqui dentro, mas todas sabendo exatamente o que viemos fazer aqui.
eu precisava de um pouco de férias daquela eu, precisava deixar que as outras eus tivessem chance de ser. e quem sabe, alguma delas acaba se revelando muito mais eu do que eu jamais consegui ser.
vim - me embora para curitiba porque passárgada era longe demais. e por agora, não me interessa ser amiga do rei.
vim porque tenho histórias que esperavam por mim aqui. histórias que sem mim já não podiam mais ser contadas. vim para desenterrar algum tesouro e porque uma paixão esperava por mim para acontecer. espera ainda. espera até essa minha ansiedade passar, para poder ser na hora em que programou - se para acontecer, não nessa minha hora afoita e desengonçada.
vim porque tinha abraços a receber, grandes amigos que eu ainda não conhecia. vim para dizer. ainda não descobri o que. mas na verdade o que tenho para dizer já foi dito, só espera a sua hora de se dizer.
vim. porque em mim não há mais espaço para ficar.
vim até que um novo ir se mostre tão urgente que o elefante volte a sentar no meu peito e que eu precise não saber mais aonde ir vai me levar (clarice, clarice, o que fizeste de mim, menina?).
vim, porque sem vir eu não seria mais capaz de respirar.
vim cheia, porque de dentro de mim, algumas coisas nunca vão sair. porque são minhas, porque me deram a mão. porque sem mim também não podem mais ser.
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[And the going proves that's how it oughta to be,
I pick up too when the spirit moves me.
Cross the river, round the bend,
Howdy stranger,
So long friend,
There's a voice in the lonesome wind
Keeps whispering roam!
I'm going where a welcome mat is,
No matter where that is,
'Cause any place I hang my hat is home.]

sábado, 3 de maio de 2008

o mundo cabe na palma da minha mão


e tudo que eu queria era morar no meu quintal.
o mais difícil de ser livre pra ir é não ter nada que me obrigue a ficar lá.
tem alguém aí pra me dizer que está certo?
alguém pode, por favor, me dizer que vale a pena. que a escolha é certa e que o que vem depois é grande, leve e bonito?
alguém aí, por favor, pode decidir um pouquinho por mim?
ou vir aqui, e me trazer um abraço?
alguém, só um alguenzinho, dá pra me dizer que tudo no final termina bem?